O ano inicia com alguns resgates e modificações na maneira de produzir conteúdos. Reexaminando nossos arquivos observamos alguns dos vídeos que fizeram e tem feito mais sucesso em nossas plataformas. Por essa razão, tratamos de resgatar um tema que muito chama a atenção dos nosso público. Aqui, falaremos sobre dois vídeos que irão ao ar este mês: Classificação de Instrumentos e 40 Coisas sobre a Orquestra Sinfônica. Complementares, estes dois vídeos foram juntos o resumo mais completo sobre instrumentos de orquestra. No caso da Classificação de Instrumentos (que possui texto detalhado por aqui, sua primeira edição foi uma série de 5 vídeos curtos (com até 4 minutos) disponíveis em nosso canal. No caso das 40 Coisas sobre a Orquestra Sinfônica foi um vídeo ilustrado que destinava várias curiosidades sobre a história da orquestra como conhecemos. Na reedição de Classificação de Instrumentos fizemos uma fusão da série de 5 vídeos em um, transformando num vídeo padrão melhorando ainda mais a experiência. Já no caso do 40 Coisas ... trouxemos a explicação de algumas generalizações deixadas em aberto em alguns tópicos do vídeo, ficando este, como um vídeo mais longo do que o de costume. Apesar de iniciarmos uma jornada com vídeos maiores - o que não necessariamente será recorrente - disponibilizaremos cortes com explicações usadas no meio do vídeo. As lacunas explicadas serão divulgadas em vídeos separados para uma melhor experiência do nosso público. Quais as 40 Coisas sobre a orquestra?Enumeradas em tópicos, a seguir traremos exclusivamente o texto-roteiro usado no vídeo sobre a orquestra sinfônica que organiza as 40 curiosidades. As informações sobre a orquestra disponibilizadas são fundamentadas em dados disponíveis no livro Instrumentos de Orquestra de Roy Benett (1985). Como um livro recomendado a quem quer entender mais sobre o universo dos instrumentos musicais, temos a disposição uma abordagem bastante didática. Vamos as curiosidades:
No texto abaixo, dedicaremos a fundamentação e explicação direcionadas à aberturas deixadas em alguns tópicos. Separadamente, poderíamos apontar diversas lacunas, no entanto, optamos por explicar algumas.
Nesse ponto destaca-se, influenciada por tendências marcantes no século XIX, uma visão linear dos acontecimentos histórico-musicais: A divisão genérica para longos períodos de tempo - Idade média (476 - 1453), Renascença (século XIV- primeira metade do século XVII), Barroco (segunda metade do século XVII), Classicismo (século XVIII), Romantismo (século XIX), pós-romantismo ou impressionismo (primeiras e décadas do século XX), Contemporâneo (a partir da década de 40 século XX) - transforma movimentos culturais específicos de grupos sociais em uma teoria homogênea. O que podemos ver é que a linearidade temporal não é uma realidade. A realidade condiz com acontecimentos entrecruzados e paralelos ocorridos em várias regiões da Europa, nas Américas ou mesmo no Brasil podendo influenciar-se mutuamente ou não. Este tipo de abordagem bastante disseminada e discutida nas mais variadas áreas das ciências humanas como história, história da música, filosofia, entre outras, foi profundamente influenciada pelo pensamento evolucionista de Charles Darwin. Quando a história passa a adotar um viés cronológico para a abordagem de fatos. Por outro lado, há, por parte dos historiadores da música por exemplo, o foco em figuras de grande destaque hegemônico e grande aporte político.
Em oposição, o clarone e o corne inglês, são adaptações graves que foram criadas para preencher a necessidade de sonoridade mais grave no naipe de oboés e clarinetes. Dessa forma, ambos aparecem como recurso de preenchimento sonoro na região grave.
Dessa forma, na explicação que torna as grandes orquestras sinônimo da grandiosidade sentimental do século XIX, trouxemos uma citação do livro História da Música Ocidental de Donald Grout e Claude Palisca (2007). Explica-se que: Na primeira parte da citação temos um comparativo da "arte romântica" com a "arte clássica", cuja ênfase recai sobre a música. Nesse sentido, os autores Grout e Palisca (2007), comparam a música feita no século XIX com a do século XVIII destacando o anseio pelo futuro, pelos sentimentos e pelo inatingível. No segundo trecho, destaca-se o individualismo, quando há a menção da mistura entre "personalidade e arte" do artista. Em segundo plano, aponta também a uma uniformização quando se trata de movimentos artísticos musicais em que se consegue classificar determinados grupos de compositores adeptos de movimentos ou tendências particulares. Como por exemplo, o impressionismo de Claude Debussy e Cesar Franck ou o nacionalismo europeu de Béla Bartók. Nesse terceiro trecho, temos também grande vinculação dos compositores do século XIX com a música programática. Evocando elementos extramusicais é possível identificar aspectos da expressão sentimentos e alusão à sonoridades próprias da natureza. Como se a música evocasse aspectos simbólicos extramusicais.
Na música de concerto obtivemos as mais variadas influências ao mesmo tempo. Música do período clássico e romântico europeu influenciaram todos os expoentes dessa música. No entanto, a música feita pelo povo era bastante reprimida e sofria perseguição, pois a cultura negra, pertencente ao povo escravizado, era repreendida. A cultura indígena com seus ritos e cantos, também passou pela opressão catequizante da igreja católica e também esteve afastada das instituições. O espaço institucional foi dado apenas àqueles que eram ligados a cultura europeia. E com isso, os compositores brasileiros de destaque possuíam grande ligação com essa música. Assim, a divisão de períodos linear e demarcada por movimentos individuais por aqui é mais complicada ainda. Em um século aconteceram as mais variadas correntes musicais e atribuições políticas relacionadas a monarquia ou a república. Por aqui a música de concerto vigente era aquela que estava ligada ao regime político do momento. Mudam-se os compositores que se sobressaem e a música símbolo em voga de acordo com a situação do país.
Existe a tendência do uso de instrumentos agudos para tocar temas principais. No entanto, instrumentos que possuem uma vasta tessitura podem ser cotados para esta função. Em outro aspecto, para evocar determinado cenário, impressão ou evocar algum elemento o compositor pode escolher um instrumento de tessitura grave. Dessa forma, quando se trata da escrita direcionada a instrumentos de orquestra ou até em outros contextos, os compositores do século XIX em diante dedicaram partes principais e melodias destacadas a quase todos os instrumentos, endo possível encontrar temas marcantes com as mais variadas possibilidades de timbres.
Ao mesmo tempo, as variações instrumentais passam a ser, no século XX, muito variadas e até inovadoramente incomuns. Como quando Heitor Villa-Lobos cria a orquestra de violoncelos usada em suas Bachianas Brasileiras nº5. Uma lista de muitas exceçõesA título de curiosidade deixamos aqui muitas aberturas para um futuro aprofundamento. A maioria das menções que foram feitas encontram, de acordo com o momento da história, muitas exceções. Vale a pena, caso haja interesse, o aprofundamento em alguns dos nomes que trouxemos. Os livros que trouxemos aqui também são fáceis de encontrar junto com outros assuntos que julgamos ser interessante divulgar. Para mais informações e questionamentos entre em contato pelo nosso e-mail. ReferênciasGROUT, Donald J. PALISCA, Claude V. História da Música Ocidental. Ed. Gradiva. 2007
BENETT, Roy. Instrumentos de Orquestra. Cadernos de Música da Universidade de Cambridge. Ed. Zahar. 1985 Divisão de períodos históricos na música. historiadasartes.com/som-com-acao/musica/periodos-compositotres-e-obras/ AZEVEDO, Luiz Heitor Correa de. 150 anos de música no Brasil. Ed. Fundação Biblioteca Nacional. 2ª Edição. 2016.
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