Este texto é uma espécie de adendo relacionado a um episódio da série "Comentando gambiarras para consertar erros na técnica de alunos de violino, viola ou violoncelo". Apesar de não ter entrado no post anterior, um registro em texto da série mencionada no canal, falaremos sobre o que fazer quando estamos em pausa nos nossos estudos ou ensaio e temos que repousar nosso instrumento. Este aspecto entrou em discussão no último episódio da série, direcionado ao violoncelo e, posteriormente, um episódio remanescente especificando essa questão direcionado ao violino e, por extensão, à viola. De forma geral, instrumentos de arco são bastante delicados quando se trata de manuseio. Com partes, em muitos casos, somente encaixadas, sua afinação pode ser alterada facilmente por impacto, acidental ou proposital, ou pelas mudanças climáticas refletindo sua instabilidade através de frio ou calor. Nesse sentido, devemos nos preocupar com a forma que deixamos nossos instrumentos em repouso porque eventuais acidentes podem desafinar o instrumento ou, como consequência pior, danificá-lo. Por essa razão, devemos nos ater a instruções que poderão nos ajudar a ficar alertas a esse respeito, fazendo com que possamos preservar com ainda mais cuidado e atenção a integridade de nossos instrumentos. Violoncelo em repouso - manual de manuseioPor seu tamanho, o violoncelo pode facilmente ser alvo de acidentes. Se você deixá-lo repousando numa cadeira apoiado pela voluta ou pela lateral, há grandes chances de alguém derrubá-lo. Em ambas as posições, em relação à seu tamanho, podemos ter graves acidentes. Como indicação vale a pena deixá-lo lateralmente no chão, com o espigão fechado e o arco sobre a parte lateral, que aparece virada para cima. Isso fará com que seu instrumento seja sempre visto, se mantenha firme e seu arco se manterá livre de acidentes caso alguém o quebre sentando em cima dele. Inclusive, vale ressaltar que o espigão deve sempre ser fechado quando você não estiver tocando. Lembre-se que deixar seu violoncelo de cavalete para baixo é inviável. As cordas podem estourar e se danificar, o cavalete e o tampo do seu instrumento podem quebrar nessa posição. Além disso, também não é aconselhável deixar seu violoncelo deitado diretamente com o fundo em contato com o chão. Por ser grande, você poderá ter o fundo do seu instrumento riscado e cheio de arranhões pelo contato com uma superfície hostil. Não se esqueça de se manter atento ao manuseio. De toda a forma, o melhor lugar para o instrumento estar, numa ocasião de pausa no estudo ou ensaio, é em seu case. Violino ou viola de arco em repouso - manual de manuseioO violino e a viola possuem especificidades no caso do repouso em pausa de aulas ou ensaios, entre outras prováveis situações, ainda mais delicadas que um violoncelo. O que funciona para um instrumento grande como este, não funcionará para o violino ou a viola. Para isso, lembraremos que o tamanho influencia diretamente na forma como vamos manusear esses instrumentos. Em violinos e violas, é melhor que os deixem de cavalete para cima e o fundo em contato com a superfície a qual deverão ser apoiados. No entanto, é comum que se deixe esses instrumentos sobre uma cadeira, como na situação que já citamos, sobre uma mesa ou opção equivalente. O chão é um lugar em que violinos e violas não ficarão bem, porque podemos ter acidentes ou danos bastante prejudiciais. Nesse ponto, devemos afirmar que é importante sempre estar com a atenção redobrada no manuseio desses instrumentos que são bastante delicados por seu tamanho e deverão estar sempre em posição cuidadosa num momento de pausa. Na dúvida, o melhor lugar para o seu instrumento é o case. Evite acidentes. Ponderações...Está claro que este manual de instruções de manuseio é para que está no início de seus estudos desse tipo de instrumento ou é um tanto distraído neste aspecto. É importante que você, se tiver mais experiência ou estudar violino, viola ou violoncelo a mais tempo deverá estar alerta e cooperar com o cuidado também para com o instrumento dos colegas e/ou da instituição/escola a qual estuda. Veja o vídeo sobre instruções de manuseio abaixo: Claro que, estudar um instrumento requer, entre outras coisas, bastante concentração. Estar alerta com esses aspectos faz parte desse âmbito de sua vida musical e como instrumentista independente de que fase dos seus estudos você se encontra.
Como já foi mencionado, este texto complementa um episódio de uma série que foi ao ar em setembro falando sobre técnica de instrumentos de arco de um jeito divertido. Siga-nos nas redes sociais e inscreva-se no nosso canal do youtube.
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Como algo que vale a pena discutir, aqui trazemos uma série de gambiarras usadas na tentativa de melhorar problemas técnicos em alunos de violino, viola ou violoncelo. Encontrados e difundidos na internet a fora, essas "gambiarras" consistem em alternativas, as vezes não tão bem sucedidas, de solucionar problemas. Questões relacionadas à técnica da mão do arco, da mão esquerda e das posições básicas, postura, pulso, cotovelo e ombro são alguns dos inúmeros pontos que foram considerados na tentativa de usar utensílios incomuns em busca de uma técnica perfeita. 1. Vários utensílios para a mão do arcoInicialmente o uso de objetos aleatórios para ajudar na interiorização da forma da mão do arco pode ser algo interessante. Uso de pedras, que possuem certo peso entre os dedos dobrados e o polegar podem obrigar o aluno a manter a mão correta sem deixar esta pedra, ou objeto circular, cair. Nessa mesma posição pode ser usada a miniatura de alguns animais como o coelho ou pequenas figuras míticas como dragões. Todas como forma de deixar a mão no lugar na hora de segurar o arco. Em outra instância, também aparecem a adição de elementos de encaixe de materiais diversos como borrachas, acrílico ou velcro para dar referência ao aluno de onde os dedos deverão se posicionar. Nesse caso, a intensão é boa, se não alterasse o peso do arco ou deixasse resquício de cola adesiva do velcro, o que pode danificar a madeira do talão. Veja ilustrações abaixo: Também elásticos foram usados como auxílio para que a mão do aluno permaneça no lugar. Esta ideia é interessante e pode ser de ajuda se você descobrir como amarrar este elástico no talão de maneira eficaz. Dizemos isso, porque não encontramos tutoriais sobre esse aspecto. Veja os exemplos abaixo: Continuando no âmbito da criatividade em usar utensílios para consertar a técnica, você poderá encontrar objetos auxiliares para a execução de exercícios com o arco. De forma criativa, você poderá usar um pequeno copo de plástico, de pouca profundidade encaixado na ponta do seu arco para ajudar na execução de movimentos circulares. Se você conseguir mantê-lo em pé por mais tempo, está fazendo o exercício corretamente. Também como uma outra alternativa para este tipo de exercício, poderá usar aros de metal que será segurado com a outra mão. No entanto, tome cuidado com este material em contato com a crina, pode ser cortante e danificá-la. 2. Truques para deixar o arco retoForam encontrados uma série de truques para o direcionamento e divisão de arco. Objetos encontrados no cotidiano poderão ser usados, principalmente no ensino musical de crianças, para resolver questões técnicas e ajudá-las a se acostumar à nova postura . Veja os exemplos abaixo: Use uma caixa de ovo no lugar do violino para que a criança entenda como segurá-lo e ainda, qual a direção correta do arco. Esse truque irá auxiliá-la também na correção da postura. Use auxiliares para melhorar a sonoridade e divisão de arco: pregadores de roupa, fitas de cetim, postites ou fitas adesivas coloridas que podem ajudar nesse processo. Só tome cuidado com a cola das fitas adesivas ou você poderá danificar a madeira do arco. Veja as fotos abaixo: No início é complicado que uma criança ou um aluno iniciante, adolescente ou adulto, saiba direcionar o arco corretamente nas cordas. Uma série de materiais podem ser interessantes para resolver este problema. Postites, uma estrutura de metal, um canudo inserido nos f's com cuidado ou um pequeno urso de pelúcia no tampo na parte superior, podem servir de acessórios para isso. No entanto, cuidado, como mencionamos anteriormente, com a cola de adesivos, com a dureza e limitação de estruturas metálicas ou para que o canudo não entre acidentalmente na parte interior do instrumento. Fora isso, apesar de ser uma boa ideia usar o urso, você vai ter que procurar muito até achar um de tamanho ideal. Se quiser usar alguns desses truques, tente a solução mais viável. 3. Sobre conforto de queixeiras e espaleirasNo início, o contato do queixo e do ombro com a madeira do violino poderá ser complicado e incômodo. Aqui temos alguns truques para que essa experiência seja mais confortável para alunos iniciantes de todas as idades. Como primeira opção, foi encontrada uma espécie de capa para a queixeira que cobre a parte superior e uma parte da espaleira, fazendo com que a madeira da queixeira e a estrutura da espaleira permaneçam amortecidas e macias. Veja as fotos abaixo: Em instrumentos menores que o padrão 3/4 ou 4/4 podemos usar como alternativa esponjas cortadas sob medida presas com elásticos para ajudar na adequação do instrumento ao corpo do aluno. Como alternativa, você também poderá usar pequenas almofadas ou panos flanelados bem dobrados no tamanho ideal, que são muito fáceis de encontrar e fáceis de adaptar. 4. Coisas para deixar o pulso e o cotovelo no lugarO pulso torto e um cotovelo em posição errada em alunos de instrumentos de arco, em geral, são problemas muito recorrentes. Para isso, algumas soluções podem ser tomadas. Para resolver este problema da técnica de alunos de violino e viola você poderá usar pequenas bolas de espuma, embalagens de kinder-ovo ou qualquer objeto circular de plástico para fazer com que o aluno mantenha o pulso e o cotovelo esquerdos no lugar. Essa ideia também poderá ser usada na palma da mão, quando ela estiver na primeira posição, para que se mantenha no lugar certo. Veja as fotos abaixo: Ursos de pelúcia, que ficam agarradinhos ao pulso, por exemplo, também podem ser usados, basta você os encontrar no tamanho ideal. Uma espécie de tala também poderá aparecer como opção, mesmo que seja uma medida exagerada mediante a todas as alternativas que já mencionamos. 5. Treino para pegar bem o arcoComo medida inicial que serve a 3 de quatro instrumentos da família das cordas friccionadas, você pode colocar seus alunos iniciantes para treinar segurar o arco em objetos de espessura similar. Canetas, lápis, canudos, varas, gravetos, entre outros, podem servir para que seu aluno de violino, viola ou violoncelo, aprenda com eficácia a forma correta de segurar o arco. Contudo, devemos ter atenção que, na técnica de arco, temos algumas diferenças sutis entre violino, viola e violoncelo. 6. Truques para deixar a mão no lugarTalvez esse seja o truque mais usado de todos. O uso de adesivos de tipos e procedências diversas para a marcação correta de onde a mão esquerda deve estar na primeira posição. Somado a isso, encontramos um utensílio que ajuda a mão a se manter na forma correta, aros de metal ao redor dos dedos, no caso de alunos de violoncelo. No entanto, essa medida é um tanto exagerada e poderá acarretar tensões e prejudicar a performance do aluno. Como alternativa, você pode treinar a forma da mão esquerda no seu braço direito de frente ao espelho. Veja as fotos abaixo: Outras ideias menos eficazes foram encontradas, como medir com uma régua ou fita métrica a distância da posição entre o primeiro dedo e a pestana. Isso só funcionará se você tiver certeza de qual o som preciso da nota, caso contrário não funcionará e a posição permanecerá imprecisa. Além das fitas adesivas simples, já mencionadas, existem adesivos com nomes de nota para usar nas posições do seu instrumento. Mas convenhamos, os instrumentos de arco não possuem trastes há 300 anos. Você deverá memorizar o som das notas em suas devidas posições. Deixe de lado essa coisa de usar manobras desse tipo no braço do seu instrumento. Tenho certeza que seu professor ou professora não iria aprovar essa ideia. Você deve desenvolver a memória da sonoridade das notas nas posições básicas em conjunto com a memória física, e portanto muscular, da posição da mão esquerda. Truques como estes adesivos, irão retardar este processo e você poderá demorar mais tempo para aprender as posições. 7. Driblando o tabu: calos e unhas compridasNeste ponto do texto, deveremos discutir dois elementos vistos como tabu para quem pretende iniciar seus estudos de instrumentos de arco. Encontramos vídeos pela internet a fora sobre técnica, interpretação e outros assuntos relacionados ao instrumento, mas quando se trata dos pré-requisitos iniciais para um começo do aprendizado do instrumento de arco, não há muitas discussões. Duas coisas que deverão ser ditas e refletidas, a primeira, a questão das unhas que é um pré-requisito para aulas de violino, viola, violoncelo e contrabaixo, e a segunda, que se trata de um processo recorrente para quem estuda e passa a trabalhar com esses instrumentos recorrentemente, os calos. 7.1. Driblando as unhas compridasA maior parte dos alunos de instrumentos de arco, em seu início, quando percebe que terá que se livrar das unhas mais longas, se vê em um problema. Até ter o contato regular com o instrumento, crianças e adolescentes, principalmente meninas se incomodam com o hábito de ter de deixar as unhas curtas. Inclusive, esse é um ponto crucial para a técnica do instrumento de arco, porque a unha comprida é um elemento que pode atrapalhar o desenvolvimento da técnica. Em alguns casos, existem alunos que tentam driblar essa questão, mantendo as unhas da mão direita (a do arco) longas em detrimento das unhas da mão esquerda (que comanda as posições e o dedilhado) obrigatoriamente curtas. Esses truque não funciona porque, no caso da mão do arco, unhas compridas demais podem atrapalhar o desenvolvimento de seu manejo. Portanto, em ambas as mãos as unhas deverão ser curtas. A título de curiosidade, somente em instrumentos de cordas dedilhadas, como no caso do violão, é que se mantém as unhas curtas na mão esquerda e longas na mão direitas. Porque neste instrumento, toca-se dedilhando as cordas e, em uma de suas possibilidades de execução, usa-se as unhas longas e lixadas de uma forma específica. Para tanto, se você pretende tocar instrumentos de arco, entenda que as unhas de ambas as mãos deverão estar curtas. 7.2. Driblando os calosApesar de não se falar sobre isso, é possível afirmar que quando passamos muito tempo tocando um instrumento de arco vamos desenvolver calos como uma forma de proteção do nosso corpo para amenizar o atrito entre as cordas desses instrumentos e os dedos. Como uma espécie de adaptação do nosso corpo, se você desenvolveu calos é porque você está estudando bastante e está começando a ter mais domínio técnico. Com o tempo você vai agradecer que seus dedos estarão completamente adaptados ao braço do seu instrumento e, naturalmente, você estará dominando todas as posições e suas fases. Calos são um processo natural e comum para quem se encontra imerso no universo do violino, da viola, do violoncelo ou do contrabaixo. Apesar de ser natural desenvolvê-los, pela internet surgiram utensílios para driblar essa questão. Uma espécie de "protetor" para a ponta dos dedos, que também é adesiva, passou a circular em sites de acessórios para instrumentos ou em fotos de anúncios desses mesmos produtos. A questão é: para quê driblar uma coisa que é natural? Esse tipo de "protetor" fará com que você perca sua sensibilidade ao deslizar os dedos pelas posições típicas do instrumento. também limitará seus movimentos quanto a aplicação do vibrato e poderá acarretar questões relacionadas à circulação, pois têm uma tendência a ser muito justos às pontas dos dedos. Não tente driblar a existência dos calos em suas mãos. Esse é um ponto comum e perfeitamente normal para quem toca instrumentos de arco. 8. O que tem aqui, tem láEsse post é inspirado numa série de vídeos que irá a ar neste mês de setembro e tratará de uma série de "gambiarras" que as pessoas usam para resolver os erros ou problemas mais comuns na técnica de alunos de instrumentos de arco. Como uma série de cinco episódios foram discutidos detalhadamente cada item apresentado por aqui. A ideia da série no canal e deste post é deixar registrado que, apesar da invenção de truques que, supostamente ajudam e facilitam, driblar aspectos naturais que são consequência do estudo desses instrumentos não fará com que um aluno aprenda a tocar mais rápido ou possua uma técnica mais precisa. Esses truques são tentativas das professoras e professores de facilitar o próprio trabalho. E pensamos: o quanto disso é realmente prático? A maioria desses experimentos realmente não o é. Você levaria mais tempo tentando reproduzi-los do que conseguindo resolver de forma certa o problema técnico apresentado. Fora isso, devemos dizer que, muitas dessas coisas, não funcionarão para a técnica de todos os instrumentos de arco. Em outros casos, há, ainda que em menor parte, coisas que funcionam para todos. Veja o primeiro episódio abaixo: Também nesta discussão, deixamos de lado truques para o contrabaixo porque a técnica e tamanho deste instrumento é muito diferente do violino, viola ou violoncelo.
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